Instrumentos Mortais - Cassandra Clare

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Um mundo oculto está prestes a ser revelado…

Quando Clary decide ir a Nova York se divertir numa discoteca, nunca poderia imaginar que testemunharia um assassinato – muito menos um assassinato cometido por três adolescentes cobertos por tatuagens enigmáticas e brandindo armas bizarras. Clary sabe que deve chamar a polícia, mas é difícil explicar um assassinato quando o corpo desaparece e os assassinos são invisíveis para todos, menos para ela.

Tão surpresa quanto assustada, Clary aceita ouvir o que os jovens têm a dizer… Uma tribo de guerreiros secreta dedicada a libertar a terra de demônios, os Caçadores das Sombras têm uma missão em nosso mundo, e Clary pode já estar mais envolvida na história do que gostaria.
Uma série que todo aventureiro deve ter em sua estante.

Instrumentos Mortais se desenvolveu em uma trilogia inicialmente, mas o estrondoso sucesso mundial fez a autora estender a trama para seis volumes, e digo: Cassandra Clare é fodasticamente foda!

Todos os livros te levam para um furacão de emoções. Eu caí de amores por todos os personagens extremamente bem desenvolvidos, as cenas são vividas e possuem uma ação de tirar o folego. Diálogos inteligentes e um romance de fazer o leitor mais frio suspirar.


A jornada de Clary é sobre conhecer a si mesma e descobrir um mundo novo e épico. Clare criou uma das melhores histórias de fantasia urbana do mundo. Teve equilíbrio entre aventura, ação, suspense, romance e comedia. Definitivamente é uma série vencedoras de todas as categorias literárias.

Em um mundo paralelo cheio de uma miríade de criaturas sobrenaturas, Clary Fray é uma adolescente aparentemente comum vivendo uma vida normal. Quando a jovem testemunha um assassinato em um clube popular, e mais tarde, quando sua mãe desaparece misteriosamente, ela é levada para o mundo dos Caçadores das Sombras para conseguir encontrar suas respostas. À medida que a trama avança, torna-se claro que uma adolescente que tem poderes sobrenaturais e consegue ver demônios está longe de ser normal. Clary começa a entender que por toda sua vida sua mãe a fez acreditar em uma realidade fictícia e agora ela precisa descobrir a verdade sobre seu passado.
Caçadores de Sombras: mas bonitos de preto do que as viúvas de nossos inimigos desde 1234.
Muitos consideram Clary uma Mary Sue. Não discordo. De longe, a protagonista é a personagem mais sem graça de todo a peça. Mas não vamos acabar com a garota, Clary é uma heroína que realmente faz as coisas. Ela pode pensar como alguém normal, mas eu não conseguia me conectar com ela, faltava algo; Talvez um pouco de fibra e carisma.

Ela também não era estupida. Okay. Em algumas situações ela não foi muito brilhante, mas quem nunca fez nada impulsivo que atire a primeira pedra. Seria estranho se Clary não cometesse erros ou não se arrepende-se de suas decisões, essas características a humanizaram. Entretanto, mesmo não tendo a melhor das personalidades, o forte elenco secundário conseguiu manter a história em alta. Sem exceção, cada um deles teve seu momento super star, principalmente o Jace.


Jace Wayland é um dos mais habilidosos Caçadores das Sombras. Altamente qualificado, meio anjo, meio humano, seu único objetivo é matar demônios. Depois de vários encontros, Clary tropeça em seu caminho e o rapaz acaba tornando-se seu protetor não oficial, e a auxilia em diversas missões que incluem salvar sua mãe e cavar nos mistérios de seu passado. Além, é claro, encontrar três instrumentos mortais. Tudo muito simples – sqn.
Agora tire o seu pequeno traseiro daqui. Preciso entrar; o meu cabelo está uma tragédia.
Muitos criticam o Jace e ficam discutindo o quanto ele é babaca. Mas, veja bem... O herói da série é mil vezes melhor do que muitos Cullens e Grigoris por aí; Edward não tinha desculpas para ser um idiota, e o motivo de Daniel era idiotice. Clare criou Jace como alguém complexo, forte, marcante e de presença. Além disso, seu humor ácido e irônico foi a grande jogada da autora. Instrumentos Mortais não seria tão envolvente se não tivesse as tiradas de Jace.

Ao lado de um elenco de personagens secundários únicos e fantásticos, o primeiro livro da série nos trás uma história altamente viciante e divertida. Fiquei imediatamente encantada com o livro e me senti arrastada para esse universo magico. De caráter individual, a trama nos mostra descrições fortes e muito claras. O estilo de escrita de Cassandra Clare é rico e magistral, ela consegue levar o leitor para picos de emoções bastante estrondosas.

Simon é um personagem facilmente apaixonante e talvez com quem mais me simpatizei. Posso facilmente compreender o sentimento de ser ignorado, a decepção em saber que seu amor nunca será correspondido, e a sensação que você não é bom o suficiente. Isso é real, são dores que em algum momento na vida todo mundo enfrentou.

Magnus, Alec, Isabelle... Eu poderia escrever um parágrafo sobre todos, mas irei me satisfazer apenas com um breve resumo. Magnus foi uma personalidade, ele era hilário. Incrivelmente hilário. Isabelle foi uma subversão das “outras meninas/cadelas de romances sobrenaturais”, a garota não esbanjava simpatia no começo, mas seus traços vibrantes a tornaram uma personagem mais real ao longo da leitura. Alec... Ai Jesus, Alec! Um dos personagens gays mais sinceros e reais que já li. Eu não sei o que falar dele, como colocar elogios a seu nível. Ele é alguém cuja a identidade como um homossexual é importante, mas não é todo ele. Alec é bem mais profundo, e complexo, e maravilhoso. Obrigada Clare.


Sou uma leitora voraz de YA, principalmente das categorias de paranormal e fantasia. Entretanto, Instrumentos Mortais deveria ter sua própria classificação. Em nenhum momento a leitura fica tediosa. É uma dimensão moderna e mística. É muito fácil o leitor se conectar com os personagens e se emocionar com o desenvolvimento da relação intima entre Clary e Jace. Não diria que eles estão entre os meus casais preferidos, já que Clary faz o papel de uma heroína bastante chatinha, mas Jace é algo inacreditavelmente sexy e cativante. A química funciona muito bem entre os dois, o que os tornam perfeitos ao seu modo.

Em Cidade dos Ossos temos uma reviravolta bombástica o que nos leva ao desespero se não tivermos a continuação ao alcance, mas também foi uma jogada de mestre da autora que teve o controle do desenrolar da história em cada linha. Cassandra Clare sabia exatamente o que estava fazendo. E fez da melhor maneira possível.
Somos drenados, ensanguentados e enterrados. Quando cava a própria saída do tumulo é quando um vampiro nasce.
Como um tradicional YA fantástico, a série apresenta várias dicotomias entre o bem e o mal. Os vilões são justamente o mal e quando suas ações são erradas, suas motivações são compreensíveis.

Infelizmente, a tamanha magia da série não foi refletida no filme. A produção começou errada e terminou de forma trágica. Odiei o elenco e o modo como o roteiro foi construído. As cenas foram pobres e pouco aprofundadas. Mesmo um filme deveria levar em consideração a construção psicológica de seus personagens e nenhum ator conseguiu realmente caracterizar-se. Não convenceu. Erraram feio. Saí do cinema bastante chateada.

Mas vamos falar de plágio. Cassandra Clare foi acusada de plagiar Harry Potter, mas vamos levar em consideração que a autora é uma fanática pelo mundo mágico de J.K Rowlling sendo uma famosa escritora de fanfics antes de tornar-se uma autora de sucesso. Logo, onde as pessoas maldosas enxergam plagio, eu vejo um modo puro e muito bonito de inspiração. Há certas semelhanças entre as obras, mas nada que não possa ser visto como admiração. Talvez se as pessoas que possuem um espirito de porco se focassem em coisas mais uteis – além de buscar a desavença – o mundo seria um lugar melhor.
- É nessa hora que você começa a rasgar tiras da própria blusa para fazer um curativo no meu machucado?- Se você queria que eu arrancasse minhas roupas, bastava pedir.
Por último, mas não menos importante, as pessoas dizem que Clare tem um problema com analogias. Eu não vou discutir isso. Algumas eram realmente muito ruins, mas a narração em terceira pessoa, combinada com as descrições abundantes em uma prosa elaborada, é a combinação perfeita para uma escrita linda. Os diálogos são fantásticos, e apenas apontam para a genialidade da autora. Eu podia acreditar que Jace era o tipo de pessoa que sempre tinha um comentário espirituoso. E não me interessa que digam que Clare perdeu a mão depois de Cidade de Vidro. Que a trilogia tornou-se uma série por causa do dinheiro. Fiquei feliz ao saber que teríamos mais aventuras dos Caçadores das Sombras. Clare assumiu o risco e realizou o desafio, aprecio a coragem dela. E seria ingenuidade da minha parte em achar que a autora deveria ter negado a proposta de estender a trilogia.


Foi uma decisão boa ou ruim, não irei discutir isso. Mas digo que o universo dos Instrumentos Mortais está em lugar de destaque na minha estante.

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