Uma História de Amor e TOC - Corey Ann Haydu

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Editora: Galera Record | Pág: 320 | Ano: 2015 |Nota: 4/5


Bea foi diagnosticada com transtorno obsessivo-compulsivo. De uns tempos pra cá, desenvolveu algumas manias que podem se tornar bem graves quando se trata de... garotos! Ela jura que está melhorando, que está tudo sob controle. Até começar a se apaixonar por Beck, um menino que também tem TOC. Enquanto ele lava as mãos oito vezes depois de beijá-la, ela persegue outro cara nos intervalos dos encontros. Mas eles sabem que são a única esperança um do outro. Afinal, se existem tantos casais complicados por aí, por que as coisas não dariam certo para um casal obsessivo-compulsivo? No fundo, esta é só mais uma história de amor... e TOC.


Os altos e baixos do amor e do TOC. 💛

Uma História de Amor e TOC tem um dos melhores inícios de livros que já li e, por mais que eu tenha gostado da leitura, a história não mantém a mesma intensidade e diversão das primeiras páginas. Uma pena. A desventura amorosa, as borboletas em polvorosa na boca do estômago, o menino em frangalhos “salvo” pela protagonista se perdem em meio aos solavancos da doença e as compulsões de Bea. Uma boa descrição de como a lógica e a racionalidade se perdem em meio ao caos do transtorno. Uma leitura que ao avançar das páginas começa a incomodar e saturar, porque você quer de qualquer forma impedir que os personagens se submetam às mesmas compulsões, mas você não pode. Não é tão simples assim.


“Para minha sorte não entro em pânico em espaços pequenos e escuros ou qualquer coisa parecida. Sou um tipo diferente de louca.”


Bea foi diagnosticada com TOC e além da terapia individual, ela terá que participar da terapia em grupo com as pessoas mais "piradas" do mundo, dentre elas um menino estranho e irresistível que ela conheceu em uma situação nada comum. Enquanto ela tenta conciliar o seu diagnóstico com a escola, as terapias, os amigos e a família, Bea afunda cada vez mais em suas compulsões, buscando proteger a todos do perigo que ela acredita representar.

Sou suspeita para falar de livros sobre transtornos mentais porque, normalmente, adoro todos. Sou muito fã da abordagem YA de demonstrar em primeira pessoa como os personagens se sentem tragados pelos efeitos de suas doenças e como o retorno à “normalidade” é uma luta constante. O que é ser compulsivo-obsessivo? Quando uma atividade física ou um cuidado na direção passam a ser prejudiciais? Quando atingimos o limite entre o aceitável e o exagero?


"Eu juro, se conseguisse me controlar e não dizer essas coisas, eu o faria. Mas se não disser as coisas que surgem na minha cabeça, elas poderiam comer minhas entranhas ou eu seria condenada ao inferno por desonestidade, então não posso mesmo correr o risco. [...] Simplesmente odeio o fato de como mentir resseca minha boca e faz minha cabeça doer de ansiedade."


Por outro lado, um dos pontos negativos do livro foi: a edição. A capa é linda de morrer (e eu nem gosto de amarelo) e demonstra bem a proposta do livro, mas o texto traz uma série infinita de erros de ortografia, tradução e digitação. A revisão comeu bola aqui e prejudicou bastante a leitura.

No geral, é um romance que não é bem romântico e que, certamente, foge dos padrões comuns. Personagens bem aguçados e situações incômodas caminham lado a lado com o leitor. 

Uma boa leitura!

Recomendo!

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