Os Romances de Nicholas Sparks

by - 12:28:00

Se alguém aqui ainda não conhece Nicholas Sparks, não tem problema. Vou fazer as honras da apresentação.

Se você já ouviu falar do famoso drama adolescente Um Amor Para Recordar ou a intensa e inesquecível história de amor em Diário de uma Paixão, então você deve ser informado que ambos os filmes foram baseados nos livros desse americano pra lá de talentoso quando o assunto é fazer milhares de mulheres acabarem com um caminhão de lencinhos.

Sim, sim. Nicholas Sparks sabe criar frases de feitos e textos cheios de palavras bonitas e tocantes, e veja bem, ele provavelmente é o único caso em que prefiro os filmes aos livros.


Explico...

Sparks tem um jeito bastante simples de criar seus romances, mesmo que em algum momento a narrativa do autor possa mexer profundamente com o leitor, eu simplesmente não consigo me conectar 100%. É como se faltasse alguma coisa nos personagens, um encanto peculiar que encontro apenas nos filmes.

É claro que depois de ler uns três livros dele, o leitor consegue perfeitamente compreender a mistura mágica da poção: Um drama ali, um amor de despertar suspiros e alguns dilemas pessoais. E claro, alguns provérbios do Dalai Lama para criar aquele ar de autoajuda.

Talvez um dos pontos principais na fama de Sparks é que ele seja homem. Exatamente, colega. O autor é homem, casado, três filhos e frequenta a igreja. E diante de toda essa perfeita família americana, o cara sabe como alcançar o coração das mulheres. Ele entende cada peculiaridade feminina e sabe como ganhar dinheiro com isso. Muito dinheiro.

O que poucas pessoas sabem é que a grande explosão na carreira de Sparks aconteceu em 1996 com O Diário de uma Paixão que anos mais tarde teria os direitos comprados para o cinema. Ele escreveu o romance entre uma viagem e outra enquanto trabalhava com produtos farmacêuticos, mas seu primeiro livro adaptado foi Uma carta de amor com Kevin Costner no elenco. O filme alavancou uma bilheteria bastante considerável, mas Sparks viria com o drama Um Amor Para Recordar lançado em 2002 que o colocaria na lista dos best-sellers até hoje.

Mas vamos por partes, porque o sucesso do cara é LONGO.

"O amor é como o vento, você não vê, mas sente."

Iniciando a trajetória com o clássico romance entre Landon e Jamie, esse é o único filme em que consegui suportar a Mandy Moore. Garotinha sem graça e sem brilho, ela conseguiu cativar a minha simpatia após descobrir o grande segredo de sua personagem. Quando a morte está batendo na porta de alguém, é difícil você alimentar a antipatia.

Landon é um jovem sem metas e irresponsável, que foi punido por ter feito uma brincadeira de mau gosto a um rapaz que quase fica paraplégico. Como punição, o diretor da escola faz com que ele participe da produção de uma peça que está sendo montada; durante os ensaios, Landon aproxima-se de Jamie Sullivan, filha do pastor da pequena cidadezinha onde moram, uma garota "certinha" que tem uma lista de desejos a realizar-se e que o ajuda a ensaiar para a peça com apenas uma condição: que ele não pode apaixonar-se por ela. Porém, eles se apaixonam, mas Jamie guarda um segredo: ela tem leucemia há dois anos.

A principal mensagem do filme é a de que, mesmo Jamie tendo partido tão precocemente deste mundo, ela presenciou um pequeno milagre: a transformação de Landon, que era um adolescente irresponsável, sem metas e mal-educado, em um rapaz brilhante e querido.

"Porque em cada pedaço de mim, sempre haverá um pedaço de você." 

Em Diário de uma Paixão, Nicholas Sparks mostra todo o talento que seus livros podem repercutir no cinema. E diga-se de passagem, esse filme está entre os meus favoritos. É simplesmente lindo. A produção acertou em cheio na escolha dos atores principais.

E, cara leitora, você precisa concordar comigo que quando Ryan Gosling está nas telas é difícil até de piscar.


O filme alavancou a carreira de Rachel McAdams, que já tinha conquistado certa fama com Garotas Malvadas lançado no mesmo ano.

Na trama, em uma clínica geriátrica, Duke, um dos internos, lê para uma senhora com Alzheimer a história de Allie Hamilton e Noah Calhoun, dois jovens apaixonados que em 1940 se conheceram num parque de diversões. Eles foram separados pelos pais da moça, nascida em um berço rico e de costumes tradicionais, que nunca aprovaram o namoro dos dois, já que Noah era um trabalhador braçal e oriundo de uma família sem recursos financeiros.

Para evitar qualquer aproximação, os pais de Allie a mandam para longe. Por um ano Noah escreveu cartas para sua amada. 365 cartas. E nunca obteve resposta. Crendo que Allie não estava mais interessada nele, Noah escreveu uma carta de despedida e tentou se conformar com o fim de seu grande amor.

Após sete anos, ambos se reencontram e agora Allie precisa decidir se aceita casar-se com um rico oficial do exército ou irá entregar-se a mais uma chance de viver ao lado de seu primeiro amor.


Outro filme que também me arrancou suspiros e nasceu anos mais tarde com a atuação madura de Zack Efron e seu olhar de derreter calcinhas. Após ser traumatizada por aquela franjinha ridícula que ele usava em High School, o rapaz conseguiu conquistar a minha atenção em Um Homem de Sorte.



O filme é um tradicional clichê que serve perfeitamente para passar na Sessão da Tarde na televisão, mas quem recusaria uma pipoca amanteigada e o tanquinho de Efron? É, eu não!

Em Um Homem de Sorte, temos o sargento Logan Thibault. Durante uma das suas missões no Iraque, ele encontra no deserto uma fotografia de uma jovem mulher desconhecida e a guarda. A partir então ele começa a ganhar os jogos de pôquer e sobrevive a uma bomba que vitimou dois dos seus companheiros, o que o leva a considerar a fotografia o seu amuleto da sorte.

Ao regressar aos Estados Unidos, Logan começa a procurar pela mulher da fotografia e descobre que se chama Beth e vive numa pequena localidade da Carolina do Norte. Logan acaba por ficar a trabalhar com a família dela no canil local e, aos poucos, começa a surgir um romance entre ambos. No entanto, ele manteve em segredo a história e a própria fotografia, e tal segredo pode arruinar uma relação que acabou de começar.


"Você deveria ser beijada todo dia, toda hora, todo minuto."

Okay, agora vamos a um outro ponto dos romances de Nicholas Sparks. Quando os direitos de adaptações são comprados, preciso deixar claro um ponto: A produção acerta SEMPRE no elenco. E é por isso que Querido John é um romance tão absurdamente tocante. Porque qualquer coisa que tenha Channing Tatum vale a pena ser visto, revisto, re-revisto. – Não preciso comentar que já assisti tantas vezes Magic Mike que já decorei as falas... e tive que renovar a minha gaveta de calcinhas -.



Querido John narra a história de um jovem soldado americano, John, que se apaixona por Savannah uma estudante conservadora. Quando Savannah entra em sua vida, John Tyree sabe que está pronto para começar de novo. Ele, um jovem rebelde, se alista no exército logo após terminar a escola, sem saber o que faria de sua vida. Então, durante sua licença, ele conhece Savannah, a garota de seus sonhos. A atração mútua cresce rapidamente e logo se transforma em um tipo de amor que faz com que Savannah jure esperá-lo concluir seus deveres militares. Mas ninguém pôde prever que os atentados de 11 de Setembro pudessem mudar o mundo todo. E como muitos homens e mulheres corajosos, John deveria escolher entre seu amor por Savannah e seu país.

Agora, quando ele finalmente retorna para Carolina do Norte, John descobre como o amor pode nos transformar de uma forma que jamais poderíamos imaginar.

“É claro que os sentimentos mudam. As pessoas fazem com que isso aconteça.”

Retornando para a linha de drama adolescente, Sparks lança A Última Música, o que foi um grande sacrifício para mim. Não sei quanto a você, mas passar um pouco mais de uma hora vendo a atuação precária de Miley Cyrus, só foi minimamente suportável com a presença quente de Liam Hemsworth – o rapaz é irmão caçula do Thor. É claro que ele teria a minha total atenção -. Infelizmente a promessa de um clássico romance adolescente se perde em um roteiro maçante e cheio de intriguinhas infantis. O livro não me conquistou, o filme não me prendeu.


Uma grande pena, já que A Última Música foi o primeiro roteiro de Sparks comprado. Ele teve um sucesso considerável e conseguiu superar os gastos com a produção, mas se esse filme estivesse passando na televisão, eu trocaria de canal ou iria dormir.

Os filmes com conteúdo mais adulto sempre foi uma marca forte do autor, e com certeza, são a sua maior fonte de renda. Um Porto Seguro mostra que mesmo retornando para a sua poção mágica, Sparks sabe criar todo um clima romântico e um draminha básico para prender a atenção.

Nesse filme, quando uma misteriosa mulher chamada Katie se muda para a pequena cidade de Southport, Carolina do Sul, seus novos vizinhos começam a levantar questões sobre seu passado. Bela e discreta, ela evita qualquer tipo de laço pessoal com os outros habitantes da região até que conhece o charmoso Alex, um homem gentil, viúvo e pai de dois filhos, e a sincera Jo, que se torna sua amiga. Katie começa a se interessar por Alex e se sente cada vez mais afeiçoada a ele e sua família. Ela acaba se apaixonando, mas seu passado que envolve um marido alcoólatra e violento a impede de ser plenamente feliz.


Atualmente está nos cinemas o mais recente trabalho de Sparks.

O Melhor de Mim foi um filme em que não estava guardando grandes expectativas, mas ao sair do cinema, eu realmente me senti muito bem por ter dado uma chance ao romance, principalmente quando tive o prazer de conhecer o trabalho de Luke Bracey – sério, guardem esse nome! -.

James Marsden mostra que está em forma e que toda a sua atuação de colegial ainda consegue render certo dinheiro. Ele é o típico ator que pode criar ótimos climas e uma química deliciosa até mesmo com um banco de praça, mas não dá para se exigir muito dele. Pelo menos seus olhos claros ajudam a vender todo o charme do negócio.


Em um breve resumo das obras de Nicholas Sparks, vou me abster de comentar sobre Noites de Tormenta porque o filme é tão ruim que não vale a pena perder tempo lendo sobre ele.

Assim sendo, talvez eu seja uma das poucas pessoas que diria: “Vejam os filmes, não leiam os livros”, mas não vou arriscar ter a minha cabeça arrancada. Então, apenas digo que se você está entediada e sem nenhum plano para o fim de semana, veja um filme romântico do Sparks. Mas se você estiver carente e necessitante de um amor, passe longe.

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1 comentários

  1. Já li vários livros do Sparks e cada vez mais quero continuar lendo os outros livros dele, apesar do mimimi que tem nos livros dele, eu gosto bastante. Adorei esse post, Nana.
    Beijo,
    http://pactoliterario.blogspot.com.br/

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