True Detective

by - 12:37:00


Não é nenhuma novidade para você, ouvir falar que "True Detective" é uma das melhores estreias de da televisão americana no ano passado.

“Acho que a consciência humana foi um erro trágico na evolução. Nos tornamos muito autoconscientes. A natureza criou um aspecto seu separado de si. Não deveríamos existir pela lei natural.” – Rust.

A proposta que o criador da série Nic Pizolatto nos trouxe já é bastante admirável - a antalogia, narrativa que tornou-se arcaica durante um tempo e agora está voltando a vida graças as novas produções que valem toda a nossa atenção. Tal formato trás apenas benefícios para todo mundo - os atores que não precisam comprometer-se por tanto tempo, os roteiristas podem consertar os problemas (que aqui foram bem poucos) para a próxima temporada e para o público que não vai se cansar com a história e esperar ansiosamente por uma nova.



"True Detective" conseguiu trabalhar de uma maneira invejável sua história em oito episódios, não cansou, não perdeu a linha em nenhum momento e manteve o ritmo do início ao fim. Isso deve-se também ao talento que Pizolatto já demonstrou quando trabalho em "The Killing" (outra série que fez meu coração chorar quando soube que tinha sido cancelada), de que por mais simples que a história possa ter e por mais idiota que a problemática possa soar para os ouvidos críticos, se o profissional é bom e a direção e o texto são de primeira, pode-se sim, ter a melhor série de 2014 (pra mim).

No entanto, não pense que deixarei Nic Pizolatto levar todo o crédito pela qualidade que essa série esbanjou nessa sua curtíssima jornada, porque os atores tiveram um papel fundamental no desenvolvimento da série. Matthew McConaughey que acaba de sair da sua merecida vitória no Oscar pela brilhante performance em "Clube de Compra Dallas", foi a alma dessa série, imprimindo esse ar denso e cadavérico do personagem. O mesmo pode ser dito para Woody Harrelson que mesmo não tendo o mesmo destaque conseguiu entender bem o personagem e entregar mais uma ótima performance para o seu currículo.

Mas não porque a série possa parecer pobre a HBO é bem mesquinha com seus orçamentos, que a produção não ajudou a série, porque foi um ponto principal sim. A fotografia feita por Andrew Arkapaw, responsável também pela maravilhosa cinematografia da minissérie "Top Of The Lake", foi primorosa do primeiro episódio até o último. A trilha sonora de T. Bone Burnett também foi uma surpresa muito bem vinda, para quem esperava reciclagem de filmes de western e (claro) a equipe de maquiagem que simplesmente humilhou a todos que esperavam algo amador.

Como toda série policial, esta aqui tem seu vilão, que possui até um nome de vilão: o Yellow King (Rei Amarelo). Mas a existência do antagonista é apenas para manter a história andando, afinal ele está longe de ser um dos destaques da produção. Pouco importa seu passado ou se vai ser mesmo apanhado, o que queremos ver é a jornada de Rust e Martin, e a forma como veem o mundo.


Com um vilão que lembra um pouco Norman Bates, do clássico Psicose, de Alfred Hitchcock, a série também se inspirou em obras dos quadrinhos. O próprio Pizzolatto reconhece que uma de suas referências foi Alan Moore. De Moore, você não vai encontrar nada de Watchmen ou V de Vingança, além de protagonistas falhos, mas é impossível não lembrar de Monstro do Pântano, também passado na Louisiana. Há também elementos de Do Inferno na trama.

Por fim, só me resta agradecer a HBO por ter colocado uma série como "True Detective" no ar. Porque estava precisando encontrar algo que fizesse valer a pena assistir enquanto "Game Of Thrones" não estreava.


You May Also Like

1 comentários

  1. Gostei muito da 1° temporada e estou esperando ansiosamente pela 2° temporada, parabéns pela sinopse da série.

    ResponderExcluir