Loney - Andrew Michael Hurley

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Quando os restos mortais de uma criança são descobertos durante uma tempestade de inverno numa extensão da sombria costa da Inglaterra conhecida como Loney, Smith é obrigado a confrontar acontecimentos terríveis e misteriosos ocorridos quarenta anos antes, quando ainda era criança e visitou o lugar.

À época, a mãe de Smith arrastou a família para aquela região numa peregrinação de Páscoa com o padre Bernard, cujo antecessor, Wilfred, morrera pouco tempo antes. Cabia ao jovem sacerdote liderar a comunidade até um antigo santuário, onde a obstinada sra. Smith crê que irá encontrar a cura para o filho mais velho, um garoto mudo e com problemas de aprendizagem.

O grupo se instala na Moorings, uma casa fria e antiga, repleta de segredos. O clima é hostil, os moradores do lugar, ameaçadores, e uma aura de mistério cerca os desconhecidos ocupantes de Coldbarrow, uma faixa de terra pouco acessível, diariamente alagada na alta da maré. A vida dos irmãos acaba se entrelaçando à dos excêntricos vizinhos com intensidade e complexidade tão imperativas quanto a fé que os levou ao Loney, e o que acontece a partir daí se torna um fardo que Smith carrega pelo resto da vida, a verdade que ele vai sustentar a qualquer preço.

Com personagens ricos e idiossincráticos, um cenário sombrio e a sensação de ameaça constante, Loney é uma leitura perturbadora e impossível de largar, que conquistou crítica e público. Uma história de suspense e horror gótico, ricamente inspirada na criação católica do autor, no folclore e na agressiva paisagem do noroeste inglês.

[Spoiler alert!] Dependendo do seu grau de nervosismo com spoilers (o meu é o máximo possível, por isso, quem avisa amigo é), pode-se dizer que tem.

Sombrio, misterioso e assustador.

Tudo bem, tudo bem. Eu não sou a melhor pessoa do mundo para ler livros de suspense/terror, porque praticamente tudo me assusta, PORÉM, Loney é um livro incrível! Simples assim.


"O Inferno era um lugar regido pela lógica das crianças. Uma alegria sombria que durava por toda a eternidade".

O medo em seu melhor disfarce!

Loney promove um clima constante de ameaça e apreensão, do qual você não consegue sair - sério, você fecha o livro, mas aquele mal estar ainda fica dentro de você. Não recomendo, portanto, ler à noite por motivos de: pesadelos.

A história é narrada em primeira pessoa por Smith, que após o aparecimento dos restos mortais de uma criança, durante uma tempestade de inverno em uma extensão da sombria costa da Inglaterra conhecida como Loney, tem que confrontar acontecimentos terríveis e misteriosos ocorridos quarenta anos antes, quando ainda era criança e visitou o lugar com sua família.

Somos, assim, arrastados para dentro do Loney, e enfeitiçados pelas histórias que ali se passaram, já que o narrador relembra as duas últimas viagens que a família fez ao local, sempre em busca de abrigo divino e pela cura de seu irmão mais velho, Hanny, um garoto que nasceu mudo e com problemas de aprendizagem.

E o que vemos ali pode muito se assemelhar a uma antiga lenda, um conto macabro ou, apenas, uma forma de encarar a cruel realidade.

"[...] a verdade nem sempre é imutável. De fato, nunca é. Existem apenas versões dela. E, às vezes, é prudente ser seletivo com relação à versão que escolhemos contar às pessoas."

Não vou mencionar o plot-twist que ocorre no final - o que já vi aparecer em algumas resenhas desse livro, e Jesus, parem de dar spoilers, amigos! Vamos ser do bem, ok? Ok. - Só vou dizer que fui bem ingênua durante a leitura toda. Cega pelos assombros do Loney e seus moradores hostis. E, em certa parte, continuo sendo. Ou não. Jamais saberemos...

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