Reign e as intrigas da realeza

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"Desde que Mary, Rainha da Escócia, era uma criança os Ingleses queriam seu país e sua coroa. Ela é enviada para a França para casar com seu próximo rei, para salvar a sim mesma e seu povo - uma união que deveria protege-la, porém existem forças que conspiram, forças da escuridão, forças do coração. Longo seja seu reinado."

Em primeiro lugar, preciso manifestar a minha enorme satisfação em finalmente me deparar com uma série com temática de época e cuidadosamente bem executada. É impossível não se fascinar pela história de Mary Stuart e suas intensas intrigas politicas. Portanto, ao contrário de muitos que torceram o nariz, fiquei muito feliz pela iniciativa da CW em nos apresentar este tema – e que está maravilhosamente dando certo.

Reign conta a história de Mary, Queen of Scots (a Rainha da Escócia), que foi coroada com nove meses de idade e passou boa parte de sua vida em um convento para se proteger das pessoas que a queriam morta. Ela permanece nesse convento até retornar à corte francesa para se casar com Francis, o príncipe de quem é noiva desde os seis anos de idade e futuro rei da França. Essa poderia ser, tranquilamente, uma sinopse de série do History Channel. Mas como é da CW que nós estamos falando, há mais alguns dramas adicionados à vida da Rainha Mary.

Francis é o filho legítimo do Rei Henry com Catherine de Medici, a rainha consorte da França. A primeira mudança na versão para a TV é que Francis não é filho único. O Rei Henry teve um filho bastardo com sua amante, Diane, e ela e Sebastian vivem no castelo junto com a realeza. Sebastian merece destaque. Ele é tudo o que Francis sempre quis ser (é livre para fazer o que quiser, porque nunca vai ser Rei) e a rivalidade já existente entre eles dois só tende a aumentar depois da chegada de Mary à corte. A CW repetiu a fórmula encontrada em The Vampire Diaries e colocou, em moldes reais, a temática da jovem dividida entre dois irmãos completamente diferentes e extremamente atraentes. Se é isso o que atrai o público e traz audiência, por que não? É só torcer para que Mary não ser coadjuvante em sua própria história, ofuscada por Francis e Bash.

As damas de companhia de Mary já renderam polêmica no episódio piloto. Greer, Kenna, Lola e Aylee parecem mais contemporâneas do que qualquer outro personagem em Reign. Kenna, em particular, protagonizou uma cena que foi um prato cheio para os críticos no episódio piloto. Depois de casamentos reais, a consumação é sempre presenciada pelos representantes da corte e é assim que acontece com a irmã de Francis, ao se casar com o Príncipe da Espanha. Curiosas, Mary e suas damas de companhia foram assistir escondidas à primeira noite do casal e depois que foram embora, cada uma das amigas da Rainha foi para um canto do castelo e Kenna, ao achar que estava sozinha numa escadaria, resolveu levantar as anáguas e se satisfazer sozinha. Terminou como mais uma das amantes do Rei, que pediu permissão para terminar o que ela tinha começado. E esse é um plot que vai ser interessante de acompanhar. Como já aconteceu com Diane, Kenna pode se tornar a mais nova mãe de um filho do Rei Henry II.

Ao contrário do resto da corte, Catherine não pareceu nem um pouco satisfeita com a chegada de Mary. Ela se mostrou, entre um ninho de pessoas ambiciosas, a mais disposta a defender seu interesse: a vida de seu filho. Nostradamus (sim, o alquimista), é o aliado da Rainha e um dos personagens mais intrigantes da série. Em uma de suas visões, o bruxo previu que Mary vai levar Francis à morte e isso é necessário para Catherine começar a fazer planos para impedir o casamento deles dois. A morte de Colin depois da tentativa de deflorar a jovem Rainha, mostrou que ela vai fazer de tudo para conseguir o que quer.


E aí nós chegamos ao mistério da série: Quem é a jovem que se esconde em meio às passagens secretas do castelo real e por que ela protegeu Mary? A lenda diz que é um fantasma que assombra o castelo, mas ela pareceu bem real quando avisou a Mary sobre o vinho envenenado por Colin. Se ela tivesse tomado, seu casamento com Francis teria sido arruinado. Cheia de intrigas, romance e com o elenco estonteante que é a marca registrada da CW, Reign não é a série mais recomendada para os amantes de história quee querem saber exatamente o que aconteceu na vida de Mary, Queen of Scots. Ela é a versão para jovens adultos de uma história verídica, mas com as adições necessárias para se tornar fictícia e com apelo para o grande público. Qual jovem não gosta de um triângulo amoroso clichê encaixado em outra época, com costumes diferentes, uma cultura diferente e, para os amantes de moda, figurinos maravilhosos? Talvez, Reign, até desperte nos mais curiosos a vontade de pesquisar e descobrir mais sobre a verdadeira Mary, Queen of Scots (foi o que aconteceu comigo, que, confesso, não sou a maior amante de história).

A trilha sonora não incomodou no começo, contudo mostrou-se inadequada em alguns pontos, mais especificamente na cena de uma dança em um casamento, onde uma música extremamente pop foi escolhida para embalar o momento, o que acabou tirando toda a verossimilhança da cena e tornando-a mais engraçada do que qualquer outra coisa. Se não houver um cuidado maior quanto a isso, as músicas podem acabar se tornando o Calcanhar de Aquiles da série.

Contrariando todos os prognósticos, Reign funcionou. Se continuará assim, só pagando pra ver. Por agora, eu embarco nessa.

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