Outlander: Uma viagem para as Terras Altas

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Claire, a protagonista de A viajante do tempo é uma mulher de personalidade forte, lutando para se manter num mundo de homens violentos, que busca seu verdadeiro amor enquanto participa de importantes acontecimentos da história. Claire Beauchamp Randall foi separada de seu marido Frank pouco depois da lua-de-mel, quando ele foi convocado para lutar na Segunda Guerra Mundial. Ao final do conflito, Claire e Frank se reencontram e retomam a vida que tinham em comum numa viagem a Escócia. Mas o reencontro não ocorre da forma esperada. Parece haver entre a esposa e o marido um distanciamento muito maior do que aquele causado pelos anos de guerra. Ao visitar uma antiga e mística formação de rochas, Claire finalmente vai conhecer seu destino.
Farei um desabafo, porque preciso colocar para fora toda a minha admiração por uma das minhas séries favoritas, sendo tanto em formato literário quanto na tv. Atualmente a série Outlander da Diana Gabaldon vem gerando um certo burburinho entre os antigos fãs e os novos graças a adaptação da série pela Starz. Faço parte da vanguarda que tem os livros lançado pela editora Rocco - que infelizmente acabou desistindo dos direitos e agora, a série retorna ao Brasil sendo relançada pela Saída de Emergência com todo o carinho e capricho que a história da aventura de Claire Randall merece. E não é para menos já que toda a trama é rica em detalhes históricos, lealdade, confiança e muito, muito romance.

Mas vamos ao que interessa. Em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, a enfermeira Claire Randall volta para os braços do marido após trabalhar como enfermeira nos campos de batalha, e agora está tentando refazer a vida ao lado de Frank. Tudo o que ela mais queria era finalmente ter um lar para chamar de seu e levar uma vida modesta, sem contratempos, para esquecer os horrores pelos quais passou.

Sendo assim, Frank e Claire saíram numa segunda lua de mel e foram para Inverness, na Escócia. A viagem meio que mascarava as reais intenções do casal - de redescobrir um ao outro e retomar a relação depois de tanto tempo afastados. Claire, que havia sido criada por um tio arqueólogo, depois que seus pais morreram, e aprendeu tudo o que uma menina não devia, cresceu e desenvolveu um grande interesse por botânica e ervas medicinais, por sua vez, Frank era historiador, e tinha acabado de aceitar um emprego como professor em Ofxord, que iniciaria em duas semanas.


Obcecado por sua árvore genealógica, Frank descobriu que um dos seus antepassados, chamado Jonathan Randall, viveu em Inverness em meados de 1740. Durante vários dias, Frank e Claire passearam por ruínas históricas e montanhas que foram cenários de batalha entre os exércitos britânico e escocês.

Curiosamente, a chegada de ambos a Inverness coincidiu com o período de Samhain, mais conhecido como Halloween. Na Escócia, o povo era muito supersticioso e mantinha diversas tradições celta de rituais e adoração de deuses, um prato cheio para Frank, que estava se deliciando com a imersão naquele universo repleto de lendas.

Certa manhã, ele convidou Claire para assistir a uma cerimônia num lugar chamado Craigh na Dun. Lá, diversas bruxas rodopiavam num círculo de pedras que foram trazidas da África por celtas gigantes, de acordo com o folclore local. Claire ficou hipnotizada com a dança, a música e a devoção daquelas mulheres, mas ela sabia que não deviam estar ali, espionando um rito tão antigo e poderoso.

Depois de encerrado o ritual, Claire se deparou com uma flor que chamou sua atenção, mas não soube identificar qual era. Cismada, retornou novamente ao local, sozinha, no intuito de coletar e classificar a pequena planta, mas foi atraída por uma daquelas pedras ancestrais, misteriosamente. Ao tocá-la, sentiu-se no olho de um furacão e caiu desacordada.

Ao despertar, se viu em meio a um tiroteio. Confusa e desesperada, correu para encontrar o carro que tinha estacionado ali perto, mas não o encontrou. Fugiu, com medo de ser pega, e caiu nas garras de um malfeitor que era nada mais, nada menos, do que Jonathan Randall. E o mais impressionante é que Black Jack, como era chamado, era a cara do seu marido Frank.

Claire lutava para manter a mente sã, e sua racionalidade recusava-se a acreditar no que via, mas no fundo ela sabia que não estava mais no século XX. Em questão de poucos dias, Claire já havia sido agredida, ameaçada, sequestrada e quase estuprada. Ainda assim, ela desconfiava que a sua jornada não havia nem começado.


A grande questão é que o livro mantem um ritmo perfeito entre ação e romance, onde conquista o leitor rapidamente a ponto de não nos fazer notar as quase 600 páginas, e a série de televisão apenas torna tudo ainda melhor porque é absolutamente apaixonante.

A conexão que tive com a trama foi tão imediata que chegou a me arrepiar. Adorei os personagens, o cenário, a trilha sonora, o desenvolvimento do enredo, as narrativas feitas pela bela voz da protagonista, tudo! Claire é nitidamente uma mulher a frente do seu tempo, talvez por causa da criação que teve, ela possui a perfeita combinação entre o masculino e o feminino. Forte, destemida e com um gênio e personalidade forte, ainda assim é capaz de ser delicada, amorosa e muito apaixonada. Achei divertidíssimas as cenas de Claire com o exército escocês, quando ela dá ordens e fala sobre coisas que eles nunca ouviram falar, deixando-os atordoados, desconfiados, mas ao mesmo tempo admirados.

Fiquei surpresa quando vi o ator de Frank também interpretando Black Jack. Frank é um personagem apático e um tanto quanto maçante, mas o ator conseguiu criar duas personalidades absolutamente diferentes e fazer uma interpretação impecável que me deixou impressionada por sua qualidade. O que eu sentia de indiferença por Frank, tornou-se pura admiração por Black Jack. Veja bem, nos livros Black Jack apresenta-se um dos vilões mais asquerosos que já tive o desprazer de conhecer, mas na série de televisão sou apaixonada por ele graças a todo o empenho do ator em fazer um bom trabalho. E diga-se de passagem, ele rouba todas as cenas.


Não posso esquecer de comentar sobre o ator Sam Heughan que é a versão mais digna e bela que a produção do elenco da série poderia ter encontrado para fazer Jamie Fraser, o escocês que tem um alto preço por sua cabeça. Sam conseguiu incorporar a essência guerreira, forte e inocente de Jamie.

Não sei como irão proceder com a série, como continuaram a adaptá-la, mas posso dizer que ambas versões são riquíssimas em conhecimento e que conseguem nos transportar para outro tempo ao lado de Claire.

Outlander promete muita ação, aventura e romance, com personagens mais complexos e humanos e traz em seu contexto a discussão sobre as nossas escolhas ao longo da vida. Uma trama madura e cheia de saberes.

Então só posso dizer uma coisa: LEIA!

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